sábado, 19 de março de 2016

Veado- Bororó (mazama nana)


                                  Veado- Bororó (mazama nana)
Família: Cervidae

O veado-bororó, encontrado na serra gaúcha raramente é avistado. Vive nas matas e florestas que margeiam os cursos de água.  A pelagem é avermelhada, considerado o menor cervideo do nosso estado. Pesa 15 kg e tem uma altura em torno de 45 cm. São solitários, o período do acasalamento ocorre entre março e outubro quando nasce um filhote. Apesar de terem atividade diurna, procuram as áreas abertas à noite, quando não correm perigo de perseguição por caça ou cães.

Atualmente estão em risco de extinção, principalmente devido a perda de seu habitat, são encontrados isoladamente devido a fragmentação do seu habitat. São raros e desprotegidos. Além do desmatamento os perigos são os animais domésticos, como os cães que os perseguem e outros que podem transmitir doenças, como os ruminantes e por fim a caça ilegal.

 Fotos tiradas no interior de Santa Bárbara próximo ao Arroio Faxinal


Fotografia da moradora Simone Beatriz Rech Pereira no dia 15 de dezembro de 2015 de manhã cedo.

Aqui na RPPN já foram vistos várias vezes alimentando-se dos brotos de moranga ou capim na lavoura. Folhas, flores e frutos são sua principal dieta. Apesar de ser um animal de atividades diurnas é muito arisco, preferindo o crepúsculo e a noite para suas atividades. Percebendo o perigo podem correr a grande velocidade, são nadadores, podem atravessar um rio. Também já foi visto um casal na beira da estrada de chão próxima a RPPN, tentando atravessá-la.

A sobrevivência desse animal depende de reservas, públicas ou privadas nas propriedades onde ocorre.

Segundo a Lei de Proteção à Fauna Brasileira, os animais selvagens são patrimônio público, que devem ser preservados e protegidos.

Artigo 1º - Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha." Lei 5.197 de janeiro de 1967


obs: agradecemos a contribuição da biológa Luciane Baretta.

Família Parulidae

Família Parulidae

Essa família, dos pula-pulas, mariquitas e pia-cobras, é encontrada somente na América, quatro espécies dessa família são encontradas no Rio Grande do Sul. São pássaros pequenos e alegres, coloridos, muito irrequietos, saltitam pelos galhos e folhagens. Eles são residentes, ao contrário das espécies da América do Norte.

Na RPPN já identificamos três delas, a mariquita (parula pitiayumi), o pula-pula (Basileuterus culicivorus) e o pula-pula-assobiador (Basileuterus leucoblepharus).


Mariquita (parula pitiayumi)







Fotos do dia 15 de março de 2016, ao meio-dia

Essa ave de 11 cm pode passar despercebida na mata, mas é denunciada pelo seu canto extremamente agudo, de difícil observação, mas fixando a atenção percebemos um amarelo vivo saltitando ativamente a caça de insetos. Possui amarelo vivo no ventre e azul no dorso com uma mancha verde oliva. Nas asas possui duas faixas brancas formada pelas pontas das penas das coberturas. O olho do macho possui plumagem preta ao redor, e a fêmea tem um risco preto.


Pula-pula (Basileuterus culicivorus)




Fotos dia 12/01/16

Essa pequena ave de 12 cm também é conhecida com o nome de sebinho. Muito irrequieta, está constantemente pulando. Pula-pula possui o peito amarelo e verde oliva no dorso. A cabeça cinza tem uma faixa branca sobre os olhos. Possui uma faixa laranja no topo da cabeça, nem sempre observada. Seu canto é agudo e curto.


                               Pula-pula-assobiador (Basileuterus leucoblepharus)


foto - março de 2016


Essa espécie é um pouco maior, tem cerca de 14 cm. Observado na mata, não se afasta com aproximação de pessoas, mas fica nas proximidades. Possui plumagem cinzenta na cabeça com uma faixa branca em torno do olho. O dorso é verde oliva e o peito cinza. Muitas vezes é encontrado no chão ciscando. Essa espécie faz seu ninho no solo, disfarçado entre folhas e galhos.

terça-feira, 15 de março de 2016

Surucuá Variado

Surucuá Variado

Nome Científico: Trogon surrucura
Família: Trogonidae

Medem cerca de 30 cm.

A ordem Trogoniformes possui 39 espécies da família trogonidae. Essas espécies habitam as florestas da América Central e do Sul. 

 Uma das aves mais belas da América dessa família é o quetzal-resplandecente, (pharomacrus mocinno), ave nacional da Guatemala, ave sagrada para os mais e astecas, símbolo da liberdade, pois que enjaulada morre de tristeza. 

Na nossa RPPN encontramos uma espécie dessa família, é o surucuá-variado (trogon surrucura surrucura), com o peito vermelho. A diferença entre machos e fêmea é visível (dismorfismo sexual), o macho é colorido com peito vermelho e o dorso esverdeado e azul metálico. As fêmeas possuem o peito colorido mas o restante do corpo cinza. Suas asas são curtas e arredondadas, não voam muito longe. Param em poleiros nos galhos das árvores onde ficam cantando sem se incomodarem com os observadores. Alimentam-se de insetos e frutinhas. Fazem ninhos em ocos das árvores onde incubam de 2 a 4 ovos. As fêmeas e os jovens são menos coloridos do que os machos.




                                                             Foto de dezembro de 2014

                                                           Foto de novembro de 2015




 Foto do macho, bem mais colorido do que a fêmea fevereiro de 2016





Vídeo dezembro 2014




vídeo de fevereiro de 2016

quinta-feira, 10 de março de 2016

Lepidópteras

Lepidópteras

As borboletas nos encantam com suas cores esvoaçantes, inofensivas são grandes polinizadoras.  Elas embelezam os ambientes naturais nos convidando para apreciá-las. Parece difícil sua relação com as lagartas daninhas e famintas, que podem destruir plantações e árvores frutíferas.

Lepidóptera é a ordem de insetos integrado pelas borboletas e mariposas. Conhecê-la é importante, não só pela beleza, mas para a conscientização do valor das reservas naturais, onde habitam, da importância do meio ambiente nativo tão necessário para sua preservação. Infelizmente muitas espécies estão entrando em extinção devido a perda de seu habitat.

 Esses insetos são considerados holometabólicos, pois passam por uma complexa metamorfose. Passam por quatro fases até chegar a vida adulta. A partir do ovo nascem larvas, chamadas comumente de lagartas, estas alimentam-se até enclausurarem-se para uma outra transformação, a da pupa, crisálida, desta é que surge o inseto adulto, totalmente diferente do original, a borboleta ou a mariposa.

 Há espécies que se alimentam de néctar de flores e outras que se alimentam de frutas em decomposição e de excremento de mamíferos. No Brasil infelizmente há muita escassez de guias da fauna de insetos, principalmente as borboletas, carecendo de estudos nessa área.

Segundo Freitas (Lepidoptera Borboletas e Mariposas do Brasil,  Exclusiva Publicações, SP, 2012), há seis famílias nas quais as borboletas pertencem são : Nymphalidae, Papilionidae, Pieridae, Riodinidae, Lycaenidae e Hesperiidae.

São muitas as espécies encontradas na RPPN. Vamos postar as espécies conforme vamos identificando-as.

Borboleta Branca-azulada
Morpho epistrophus catenaria

Família Nymphalidae
Essa borboleta alimenta-se das folhas de árvores nativas encontradas na RPPN como branquilho, camboatá e cocão. São grandes, a fêmea, maior mede 13 cm, e o macho, 10 cm. São facilmente encontradas em grupos nas trilhas próximos ao arroio.




Morpho epistrophus catenaria

No verão essas borboletas, de tamanho grande, encantam nas bordas das matas.


Borboletas de vidro
(Greta oto)

Essa borboleta pertence a família Nymphalidae


 Borboleta com asas transparentes. Diferente das borboletas coloridas, estas não possuem as escamas que dão cor. 


Segundo estudos as asas dessa borboleta exibe uma baixa reflexão da luz, suprimindo a radiação infravermelha e ultravioleta percebida pelos animais. As asas dessas borboletas estão sendo estudadas para produzir telas com baixa reflexão, que não reflem a luz.

Essas borboletas se alimentam de néctar de flores, mas põem os ovos em plantas tóxicas. As lagartas alimentam-se destes alcaloides, na fase adulta os machos transformam essas toxinas em feromônios no período de acasalamento. 

sexta-feira, 4 de março de 2016

Bugiu-ruivo (Alouatta guariba)

Bugiu-ruivo (Alouatta guariba) Os bugius são considerados os maiores primatas neotropicais. Na RPPN os grupos de bugius vagueiam sobre as árvores, principalmente nos galhos de araucária, raramente os vemos no chão e nos preocupa o desmatamento nas redondezas fragmentando a mata, impossibilitando aos bugius o acesso a outros lugares.

Os machos são maiores de cor ruiva puxando para o alaranjado, enquanto as fêmeas são menores e de cor mais escuras, bem como os filhotes ( imaturos ). O peso desses primatas fica em torno de 4 a 7 kg . Eles possuem membros curtos e fortes, possuem 5 dedos com polegar oponível que facilita sua locomoção e alimentação. A cauda preêncil é usada como um membro também, pois com ela eles se firmam e se locomovem.
Foto tirada no dia 31 de maio de 2015 de manhã cedo

 Eles formam grupos de 6 indivíduos em média, com mais fêmeas do que machos. O macho mais velho, “alfa” é o dominante, visivelmente maior que todos do grupo, possui maior pelagem e uma grande barba. Já foram vistos indivíduos solitários, provavelmente machos expulsos do bando. Eles se alimentam de folhas, de baixo teor energético, por isso não são tão ativos passando muito tempo descansando.


Vídeo realizado no dia 7 de março de 2015

Na época dos pinhões, frutos da araucária eles são mais vistos, mas também alimentam-se dos brotos tenros dos galhos espinhentos da araucária. Às vezes os filhotes aparecem próximos às moradias que estão rente a mata, o macho fica num lugar elevado onde fica observando-os de longe.

 As fotos abaixo foram realizadas no dia 04 de março de 2016, numa sexta-feira às 18 horas. O maior deles, ruivo alaranjado acomodou-se num galho da araucária observando os menores alimentarem-se nas árvores próximas. A fêmea ficou algum tempo interagindo com ele, remexendo em seu pelo (a procura de piolhos?) depois chegaram outros menores de cor mais escura, interagiram e se agruparam.( para dormir?)


As fotos foram tiradas de cima de uma elevação pela moradora Vera ao perceber um balanço diferente num galho de araucária.


Esses grupos estão diminuindo cada vez mais


A diminuição da mata está afetando seriamente a diminuição dos membros dos grupos






Família Columbidae

Essa família engloba os pombos e rolinhas. São cerca de 300 espécies existentes. Podem viver em média 15 anos. Alimentam-se de sementes e frutos. Tem tamanhos variados, desde grandes como a asa branca até pequenas como a rolinha picuí.

Na RPPN encontramos várias espécies como:

juriti-pupu ( Leptotila verreauxi)
pomba-de-bando (Zenaida auriculata)
rolinha-picuí (Columbna picui)
rolinha-roxa (Columbina talpacoti)


Pomba-de-bando (Zenaida auriculata) Foto tirada 01/02/2016



rolinha-roxa (Columbina talpacoti) Foto tirada 01/02/2016

Família Rallidae

A família Rallidae são aves que habitam locais alagados, pantanosos, margens de rios ou lagos. Possuem pernas longas e dedos compridos, adaptados a terras submersas. São aves ariscas, muitas com hábitos noturnos, mais ouvidas do que avistadas.


Na RPPN temos uma representante desta família, a saracura-do-mato (Aramides saracura)


 Foto tirada dia 20/02/16 às 7 horas da manhã
 Aves muito ariscas






Família Tyrannidae

Família Tyrannidae

Essa família compreende cerca de 400 espécies no planeta, por isso considerada uma das maiores famílias da terra. No Brasil temos cerca de 139 espécies de tiranídeos, subdivididos em 4 subfamílias: Hirundineinae, Elaeniinae, Tyranninae e Fluvicolinae. A maioria são espécies migratórias.

Na RPPN temos vários representantes dessa família:

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)
Bem-te-vi-peitica (Empidonomus varius)
Bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus)
Suiriri (Tyrannus melancholicus)
Tesourinha (Tyrannus savana)
Tuque ( Elaenia mesoleuca)


Foto tirada no dia 29 de fevereiro de 2016 à tarde
Bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus)

Aparecem em grande número na primavera para nidificar. 


 Tuque ( Elaenia mesoleuca)
Foto tirada no dia no dia 01 de março de 2016, à tarde




RPPN SANTA BÁRBARA



A RPPN Santa Bárbara localiza-se em Caxias do Sul RS, com uma área preservada de 2 ha.  foi criada através do incentivo da SOS Mata Atlântica,  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Nossa RPPN tem a finalidade de conservar, preservar a biodiversidade do bioma e recuperar áreas em estágios de degradação, por meio de ações integradas e permanentes, que promovam o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria das condições socioambientais da comunidade.


 Arroio Santa Bárbara

Dicksonia sellowiana - xaxim - protegido por lei


Estamos situados no bioma da floresta ombrófila mista, sobre uma fenda geológica, consequentemente  com um relevo bastante acidentado. O arroio Santa Bárbara atravessa a RPPN formando inúmeras cachoeiras.





A RPPN Santa Bárbara está localizada no interior de Caxias do Sul, em Santa Bárbara de Ana Rech (RS). Com ajuda de guias e de biólogos amigos, identificamos fauna e flora. 



Estamos dentro de uma área da mata atlântica considerada corredor ecológico de Mata Atlântica de Caxias do Sul! Em parceria com a SOS Mata Atlântica, criamos uma RPPN numa parte da área, para preservá-la. Infelizmente, nesses últimos anos a urbanização chegou, desmatando... surgiram muitos loteamentos e alguns clandestinos. Sabemos que se continuar assim, muitas espécies de animais vão desaparecer.


Consulta pública:
http://sistemas.icmbio.gov.br/simrppn/publico/consulta_publica/878/